Mas foi muito fácil resolver o problema. Não mudei de número nem dei o aparelho à minha secretária para ela passar a atender as chamadas: simplesmente desliguei-o. Ao fim de uns dias desistiram. Agora só o ligo quando preciso de fazer chamadas ou em alturas, raras, onde quem me interessa não me pode contactar de outra maneira.
Devo dizer que sou obrigado a agradecer aos senhores que tanto me insultaram, pois assim proporcionaram-me uma alteração de hábitos que melhorou substancialmente a qualidade da minha vida: todos os que me rodeiam já sabem que, no telemóvel, raramente me apanham e, por isso, a quantidade de vezes que me chateiam por razões tolas é mínima. Foi uma espécie de libertação de um escravo: agora quase só tenho conversas realmente úteis. Adeus stresse de jornalista, adeus boatos e tricas, adeus “não publique essa notícia!”, adeus choque tecnológico. Conclusão? O problema nestas sociedades da comunicação é mesmo o “blá blá” a mais.
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