A particularidade mais relevante da vida de um adolescente rico não faz parte dos pequenos luxos que se somam no dia-a-dia de filho de milionário: não é a mota aos 16 anos, não são as viagens a Londres ou Paris em low-cost (a mesada, apesar de tudo, não dá para mais...), nem são as festas nos montes alentejanos da família. A particularidade mais relevante da história que contamos no 24horas de hoje é a de constatarmos este facto: Está generalizada a prática de que todos estes meninos e meninas, depois de terminarem a escola secundária, devem ir tirar o seu curso universitário no estrangeiro, de preferência nos Estados Unidos da América. É aqui que a chamada “classe alta” marca as distâncias, mantém a sua posição de elite e garante a própria sobrevivência da espécie. Há 50 anos a classe média tirava o 5.º ano dos liceus, a burguesia mais endinheirada o 7.º ano e as universidades eram exclusivas das elites. Agora, a classe média tira uma licenciatura, a burguesia mais endinheirada avança para um mestrado e as “boas famílias” subsidiam um diploma estrangeiro para os seus jovens. O dinheiro, como já se sabe, mantém sempre as distâncias.
In 24horas, 12 de Julho de 2009
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