Michael Jackson

Às 22h35 minutos de quinta-feira a informação chegou às redacções: Michael Jackson foi hospitalizado, se calhar já morto. A essa hora um automóvel carregado com os jornais 24horas, que o leitor ontem leu, partiu de Lisboa para o Porto, iniciando o complexo processo de distribuição que leva para todo o País o resultado do nosso trabalho. Já não era possível colocar no jornal a tardia notícia do dia.
E porque é que a morte de um artista de música pop, que já não tinha um êxito digno desse nome há 15 anos, era a notícia do dia? Vou explicar com um exemplo: Em 1983 a letra de “Billie Jean” cantava a história de um rapaz perseguido por uma mulher, que reclamava estar grávida dele. Mais importante do que música e letra foi o respectivo videoclip, que acabou com o mito de que os espectadores brancos não gostavam de vídeos com artistas negros. O seu êxito massivo e planetário pôs fim a uma longa história de racismo e apartheid na indústria da música popular americana, que ganhara nos anos 80 uma “extensão” coma chegada da era MTV. É por causa de coisas tão revolucionárias quanto esta que hoje, em 10 páginas, contamos muito mais sobre Jackson do que a notícia que ontem não pudemos dar.
in 24horas, 27 de Junho de 2009

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